Chega de Pagar para Trabalhar! Aprenda a Definir o Preço Justo (e Lucrativo) do seu Amigurumi
Olá, artesã de sucesso! Seja sincera comigo: quantas vezes você passou horas, talvez dias, aperfeiçoando cada ponto de um amigurumi, escolhendo as cores com uma precisão cirúrgica, para no final… travar?
A cliente manda a mensagem mais temida do Instagram: “Qual o valor?” O coração dispara. Você olha para a peça, pensa no material, chuta um valor que parece “justo”, diminui 10% por medo de assustar, envia… e fica com aquela sensação amarga no estômago. No fundo, você sabe. Você sabe que, mais uma vez, mal pagou a linha que usou. Você sabe que, mais uma vez, pagou para trabalhar. Eu, como fundadora do Trama de Sucesso, vejo isso todos os dias. Artesãs talentosíssimas, com mãos de fada, presas no ciclo da “renda extra que não vem”. Elas acreditam no mito de que “artesanato tem que ser baratinho” ou que “ninguém paga o valor real”. A verdade? O problema não está na sua cliente. Não está na crise. Não está nem na sua concorrente que “vende mais barato”.
O problema está na sua precificação.
Durante anos, fomos ensinadas a usar fórmulas ultrapassadas, como a infame “Custo do Material x 3”. Essa fórmula é uma armadilha. Ela ignora o ativo mais precioso (e finito) que você tem: o seu tempo. Ela ignora sua luz, sua internet, seu investimento em cursos, suas agulhas ergonômicas. Ela ignora o seu salário.
Um “preço justo” não é o que a cliente acha justo. É o preço que sustenta seu negócio, paga suas contas, valoriza sua hora e, o mais importante, te dá lucro para crescer.
Neste guia definitivo, vamos dissecar a anatomia de um preço lucrativo. Não é sobre matemática complexa, é sobre mentalidade de negócio. Vamos parar de pensar como artesã e começar a pensar como empreendedora.
Prepare seu caderno, pois vamos construir seu preço do zero.
A Anatomia do Preço: Os 3 Pilares Inegociáveis
Seu preço final não é um número mágico. Ele é a soma de três componentes vitais. Ignorar qualquer um deles é a receita para o fracasso.
PILAR 1: Os Custos (Tudo o que sai do seu bolso)
Essa é a fundação da sua casa. Se a fundação for fraca (ou seja, se você errar esse cálculo), a casa inteira desmorona. Aqui, temos dois tipos de custos que você precisa mapear com olhos de águia.
A) Custos Variáveis (CV): O Preço de Fazer a Peça
São os gastos que existem apenas porque você decidiu fazer aquela peça específica. Se você fizer zero amigurumis no mês, seu Custo Variável é zero.
- Matéria-Prima Direta:
- Linhas: Não chute. Use uma balança de cozinha! Pese o novelo antes de começar e pese o que sobrou depois. Anote exatamente quantos gramas você usou.
- Exemplo: Um novelo de 100g custou R$ 20,00. Você usou 70g. Seu custo de linha foi: (R$ 20,00 / 100g) * 70g = R$ 14,00.
- Enchimento: Mesma lógica. Pese o saco antes e depois, ou pese a peça pronta e subtraia o peso da linha (seja minuciosa!).
- Acessórios: Olhos de segurança (o par!), botões, focinhos, zíperes, argolas de chaveiro.
- Linhas: Não chute. Use uma balança de cozinha! Pese o novelo antes de começar e pese o que sobrou depois. Anote exatamente quantos gramas você usou.
- Embalagem de Envio:
- Caixa de papelão, plástico bolha, fita adesiva.
- Papel de seda, saquinhos de organza.
- O “cheirinho” (essência/home spray).
- Seu cartão de agradecimento, adesivo da sua marca, laço de fita.
- Mimos e Brindes: Sim, eles entram no custo! Aquele mini-coração de crochê que vai junto? Precifique-o.
- Taxas de Venda:
- Vendeu no Elo7? A comissão entra aqui.
- Vendeu pela maquininha de cartão? A taxa de 2% a 5% entra aqui.
Atenção, Artesã! A embalagem não é um “agrado”, é parte do seu produto. Uma embalagem premium aumenta a percepção de valor, mas ela precisa ser paga.
Exemplo Prático do CV: Para fazer uma Boneca Esquilo, você gastou:
- Linhas (várias cores): R$ 18,50
- Enchimento: R$ 4,00
- Olhos de segurança (1 par): R$ 1,80
- Embalagem (Caixa, seda, fita, cartão): R$ 6,00
- Taxa da maquininha (média 4%): Isso entra depois, no preço final. Total de Custos Variáveis (Materiais): R$ 30,30
B) Custos Fixos (CF): O Preço de Existir do seu Ateliê
São os gastos que você tem todo mês, independentemente de vender uma ou cinquenta peças. É o “aluguel” do seu negócio.
- Luz (uma porcentagem da conta da casa, referente ao seu espaço de trabalho);
- Internet (essencial para vender no Instagram e WhatsApp);
- Água (para lavar as mãos, tingir fios, etc.);
- Seu MEI (imposto mensal);
- Plano de celular (para falar com clientes);
- Hospedagem do seu site ou loja virtual;
- Mensalidade de aplicativos (ex: Canva Pro, apps de gestão);
- Depreciação de Ferramentas: Suas agulhas caras, tesouras, câmera, celular, luminária. Eles não duram para sempre. Pegue o valor deles (ex: Celular de R$ 1.200) e divida pela vida útil em meses (ex: 24 meses). Isso dá R$ 50,00 por mês que precisam “entrar” na conta.
Como calcular isso na prática?
- Some TODOS esses custos fixos mensais.
- Exemplo: Luz (R$ 30) + Internet (R$ 50) + MEI (R$ 70) + Depreciação (R$ 50) = R$ 200,00 por mês.
- Agora, determine quantas horas você realmente se dedica ao trabalho artesanal por mês. Seja brutalmente honesta. Não conte a hora que você parou para ver a novela.
- Exemplo: 4 horas por dia, 5 dias por semana = 20 horas/semana.
- 20 horas x 4 semanas = 80 horas produtivas por mês.
- Divida o Custo Fixo Mensal pelas Horas Produtivas.
- R$ 200,00 / 80 horas = R$ 2,50 por hora.
Este é o seu Custo Fixo por Hora. Cada hora que você passa trabalhando, seu negócio “gasta” R$ 2,50 apenas para se manter de portas abertas.
PILAR 2: Sua Mão de Obra (O Seu Salário Digno)
Aqui está a maior virada de chave. Seu trabalho não é o lucro. O lucro é da empresa. O seu trabalho é o seu salário. Você é a funcionária mais importante do seu ateliê e merece ser paga por isso.
Se você não se pagar um salário, você está praticando um hobby caro, não um negócio.
Como definir seu salário?
- Quanto você precisa ou deseja ganhar por mês (seja realista para começar)?
- Meta de Salário: R$ 1.600,00
- Quantas horas você trabalha por mês? (Já calculamos: 80 horas)
- Divida a Meta de Salário pelas Horas Produtivas.
- R$ 1.600,00 / 80 horas = R$ 20,00 por hora.
Esse é o valor da sua Hora de Mão de Obra.
Juntando o Custo Real da Sua Hora
Agora, vamos somar o Pilar 1 (Custos Fixos) e o Pilar 2 (Salário) para descobrir quanto custa realmente uma hora do seu ateliê.
Valor da Hora de Trabalho (VHT) = Custo Fixo por Hora + Salário por Hora
VHT = R$ 2,50 (Custos Fixos) + R$ 20,00 (Salário) VHT = R$ 22,50
Cada hora que você passa crochetando, fotografando, respondendo cliente ou embalando, custa ao seu negócio R$ 22,50.
PILAR 3: O Lucro (O Oxigênio do seu Negócio)
Se o Salário é o seu alimento, o Lucro é o oxigênio da sua empresa.
O lucro NÃO é o seu salário. O lucro é o que sobra DEPOIS de pagar todos os custos e o seu salário. É com o lucro que você vai:
- Comprar material para criar uma coleção nova (investimento);
- Fazer um curso de fotografia de produto;
- Ter um “caixa” para emergências;
- Pagar seu 13º salário no fim do ano;
- Reinvestir em anúncios para atrair mais clientes.
Um negócio sem lucro não cresce. Ele apenas sobrevive, e eventualmente, morre.
O lucro é uma porcentagem aplicada sobre o custo total da sua peça (Materiais + Mão de Obra). Eu, no Trama de Sucesso, recomendo uma margem de lucro de, no mínimo, 30% a 50%. Para peças de luxo ou muito complexas, pode chegar a 100% ou mais.
A Fórmula Definitiva do Preço de Venda (A Prova de Fogo)
Chega de “vezes 3”. Vamos montar o preço da nossa Boneca Esquilo usando os 3 Pilares.
DADOS DA BONECA ESQUILO:
- Custos Variáveis (CV): R$ 30,30 (Material + Embalagem)
- Tempo de Produção: Você cronometrou e levou 5 horas (desde separar a linha até embalar).
- Valor da Hora de Trabalho (VHT): R$ 22,50
- Margem de Lucro desejada: 40%
PASSO 1: CALCULAR O CUSTO TOTAL DE PRODUÇÃO (CTP) CTP = Custos Variáveis + (Tempo de Produção x Valor da Hora de Trabalho) CTP = R$ 30,30 + (5 horas x R$ 22,50) CTP = R$ 30,30 + R$ 112,50 CTP = R$ 142,80
Este é o seu “ponto de equilíbrio”. Se você vender a peça por R$ 142,80, você pagou todo o material, todos os custos fixos daquelas 5h e o seu salário de R$ 20/hora. Você ficou no zero a zero.
PASSO 2: APLICAR O LUCRO (PREÇO DE VENDA FINAL) Preço de Venda = Custo Total de Produção + (Custo Total de Produção * Margem de Lucro) Preço de Venda = R$ 142,80 + (R$ 142,80 * 40%) Preço de Venda = R$ 142,80 + R$ 57,12 Preço de Venda = R$ 199,92
Você pode (e deve) arredondar isso. R$ 199,90.
“Mas ninguém vai pagar R$ 200 numa boneca!” – Quebrando a Barreira do Medo
Eu sei o que você está pensando. “R$ 200? Impossível. A Fulana ali vende por R$ 90.”
Primeiro: a Fulana que vende por R$ 90 está, com 100% de certeza, pagando para trabalhar. Ela está frustrada e vai desistir em 6 meses. Ela não é sua concorrente, ela é uma vítima da má precificação.
Segundo: o seu preço de R$ 199,90 só parece “caro” se for apresentado da forma errada. E é aqui que separamos as artesãs das empreendedoras.
Você não vende um “amigurumi”. Você vende:
- Segurança: “Uma peça feita com olhos de segurança travados, enchimento antialérgico e fios 100% algodão, perfeita para o quarto do bebê.”
- Exclusividade: “Um produto 100% artesanal, onde cada ponto foi feito à mão, garantindo que nenhuma peça seja exatamente igual à outra.”
- Decoração: “Uma peça de design afetivo que transforma o quartinho infantil em um cenário lúdico.”
- A Experiência: Você não vende uma boneca, você vende o “unboxing”. A caixa cheirosa, o papel de seda, o cartão escrito à mão.
O cliente que busca preço vai na loja de brinquedos industrializados. O cliente que busca valor, exclusividade e afeto, vai comprar de você. E ele paga por isso.
Pare de se posicionar pelo preço. Comece a se posicionar pelo valor. Tire fotos incríveis, descreva seu processo, mostre os detalhes de segurança. Quando você faz isso, R$ 199,90 deixa de ser “caro” e passa a ser “justo”.
Ação Imediata: Sua Próxima Venda
Chega de teoria. Sua tarefa hoje é pegar a última peça que você produziu e aplicar essa fórmula. Cronometre seu tempo (sem interrupções!). Levante seus custos fixos. Defina seu salário.
Calcule o preço justo.
Não tenha medo. Ter um negócio lucrativo não é ganância, é sustentabilidade. É o que vai permitir que você continue fazendo a arte que você ama por muitos e muitos anos.
Valorize-se. Seu tempo é precioso. Sua arte é única. Seu preço deve refletir isso.
Eu sei que colocar tudo isso em prática pode ser desafiador. Calcular o custo de cada linha, criar uma embalagem… tudo isso toma tempo.
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